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A bit of a bay (H1), 2018
Impressão a jato de tinta e gesso sobre papel de algodão 350gr | 21,5 x 29,5 cm




A bit of a bay (H2), 2018
Impressão a jato de tinta e gesso sobre papel de algodão 350gr | 21,5 x 29,5 cm




A bit of a bay (H3), 2018
Impressão a jato de tinta e gesso sobre papel de algodão 350gr | 21,5 x 29,5 cm




A bit of a bay (H4), 2018
Impressão a jato de tinta e gesso sobre papel de algodão 350gr | 21,5 x 29,5 cm


Em Notiz über den ‘Wunderblock’ (1925 [4]), Sigmund Freud fala do Bloco Mágico (Wunderblock) e de como este brinquedo, que vem substituir o tradicional quadro de ardósia, coloca a tónica na impossibilidade de esquecer. Através de um mecanismo específico é possível desenhar sobre este bloco com a ponta de um estilete que pressione a superfície sobre uma placa de cera, e, num breve movimento de mão que agarre a barra que separa as duas superfícies da folha dupla, apagar esse mesmo desenho. Mas as imagens nunca são totalmente apagadas. Trata-se de uma estrutura não linear que expressa a capacidade de rememoração do que parece esquecido, tal como evidencia esse mesmo esquecimento. Através deste brinquedo, Freud tenta exemplificar como a mente humana se encontra capacitada para reter todas as experiências vividas, mesmo que apenas no inconsciente, e, portanto, como esta convive com a inaptidão de esquecer totalmente.

A série A bit of a bay (2017-18) parte de impressões fotográficas sobre as quais foi dada uma camada de gesso que posteriormente foi parcialmente removida. A intensificação da soma de processos de subtracção e adição – a imagem fotográfica, o gesso e a sua remoção –, relaciona-se de algum modo com esta ideia freudiana. Através da criação de uma estrutura não linear, mas cumulativa ou, antes, através de uma "subtracção aditiva", estas obras tentam encontrar uma visualidade para impossibilidade de esquecer.


AnaMary Bilbao, Fevereiro 2017
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